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sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Protesto contra o fechamento de turmas reúne vários estudantes e professores em Prudentópolis

Alunos e professores de um colégio estadual em Prudentópolis, na região central do Paraná, estão revoltados. O Núcleo Regional de Educação de Irati, na mesma região, recomendou à direção fechar duas turmas da escola ainda em setembro. Nesta quarta-feira (17), houve protesto contra o fechamento.


O Colégio Estadual Barão de Capanema tem mais de mil alunos matriculados. Na escola, são seis turmas do terceiro ano – cada uma tem, em média, 30 alunos. Se uma fechar, cada sala de aula precisará receber outros seis estudantes. É menos espaço e mais gente para dividir a atenção do professor.

“É muito aluno para a professora atender, né?”, acredita o estudante João Pedro Gomes, de 17 anos. A aluna Juliana Praisner, de 16 anos, concorda. “É errado porque a educação não é despesa e tem turmas mais adiantadas que outras. Sem contar que mudarão os professores, o que causa um transtorno enorme. Não tem como dividir atenção com 38, 40 alunos", reclama.

Na escola, também há alunos deficientes ou com dificuldades de aprendizado, distribuídos em outras turmas justamente para não competirem por atenção. A professora de apoio Sueli Bini fala sobre o caso de uma das estudantes, que tem deficiência física neuromotora.

“Ela precisa de um atendimento especial e o tempo todo. Quando a sala fica superlotada, não há como dar esse atendimento a ela, tanto eu, como professora de apoio, quanto o professor regente da sala”, explica. Ainda de acordo com Sueli, a estudante fica agitada com muito barulho e, se a sala ficar lotada, o aprendizado dela pode ser prejudicado.

Pela recomendação do núcleo, uma turma do 9º ano também deve fechar. Na manifestação desta quarta-feira, alunos e professores protestaram com faixas que criticam a medida tomada em setembro, perto da data do vestibular. “Chegamos ao fim do ano letivo com um balde de água fria”, afirma o diretor Ruberto Anzolin. Para ele, o aumento de alunos na sala deve ser repensado. Os professores da escola também se preocupam com a incerteza no número de aulas. “Sou professor de uma das turmas que será fechada. Espero que isso não aconteça ou vou ter que pegar outras aulas e desalojar um professor que tem menos tempo de serviço. Ele, consequentemente, vai tomar o lugar de outro”, explica o professor João Marcio Iulek.

GOVERNO JOGA A CULPA NA GREVE DOS PROFESSORES

Em nota, a Secretaria de Estado da Educação "esclarece que houve uma migração de alunos para a rede particular de ensino devido à greve de professores e funcionários, que ocorreu no primeiro semestre".

Ainda conforme o governo, "como consequência, algumas turmas de escolas da rede estadual de ensino estão sendo unidas - por causa do número reduzido de alunos. A junção de turma é uma ação prevista, desde que não ultrapasse o número de estudantes previsto em resolução da própria Secretaria". (Fonte e fotos de G1)

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